Você partiu.
Morreu na minha realidade.
Ficaram as lembranças,
um inventário de momentos,
de ideias, de palavras,
e de um silêncio derradeiro
que me cortou os pulsos sem derramar sangue,
que me calou a admiração,
plantou insultos na minha boca,
violentou minha esperança.
Não houve anúncio;
fiquei suspensa, tal qual equilibrista
na corda bamba do desencanto,
do desencontro...
desassossegada espera.
Hoje eu não sei de muitas coisas.
Não sei o que você levou de mim,
porque não há vazio algum aqui.
Não houve nem há abismo entre nós,
e como isso é possível, também não sei.
Eu só conheço a minha herança,
só vejo agora o que você me deixou.
Presença. Verdade.
O direito adquirido de te lembrar.
E me liberta saber que será sempre meu,
e todo meu,
o direito de sentir saudade.
5 comentários:
Adorei!!
Anni anonima! rsrsrs
Hehehe... ;)
Nunca podemos falar do que vai. Só do que fica. E nesse caso, ficou muita coisa. Muito além das lembranças e aprendizagens. Se fossem apenas os fatos... Como seria fácil! Aí ñ seria o que chamamos de vida...
Te cuida.
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