segunda-feira, 28 de junho de 2010

Decisão



Depois de muito pensar, ela decidiu
que era melhor não mais pensar,
não desejar pensar;
não desejar.

Encantar-se, envolver-se, desenvolver:
energias gastas com sentimentos unilaterais
que jamais tornariam à fonte;
tormentoso convívio com um espectro
do possível.

Não. O melhor é não pensar.
Que a tarefa seja receber, sem antecipações,
sem engenhos;
tomar as oportunidades de cada dia;
cada momento em seu tempo;
construir e desconstruir um detalhe por vez.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Homenagem de amiga

Sem razões

Conhecer desconhecendo as verdadeiras razões que une os corações;
não pode haver explicações ou fórmulas,
que consigam descrever o porquê de pessoas tão distintas formarem laços tão
fortes nesta vida.
Foi de repente; de imediato ou não;
Talvez aos poucos, fomos nos conhecendo e descobrindo,
que diferentes estrelas compõem o universo.

Entre uma fala e outra; há um tempo que celebra o silêncio;
no que não foi dito, mas pode ser entendido em uma simples troca de olhar;
então inúmeros risos ficam soltos no ar;
ninguém consegue entender; nem nada captar;
meras sugestões e confronto de opiniões;
contidos em uma sintonia impar.

Desculpas e apelos, verdades ditas, detalhes revelados e lágrimas escondidas;
vai concebendo e unindo diversas faces de uma mesma vida;
falar o que vem a mente,sem precisar pensar;
dizer o que se sente,sem medo de se mostrar;
apenas ficar quieta, mas sem se esconder.

Frases, gestos e expressões compõem o cotidiano de uma verdadeira amizade;
sem encobertar erros e sem proteção desmedida, pois que ama ensina,
aconselha e repreende;
ao mesmo tempo que conforta e entende.

E assim a união vai fazendo a força;
a força que nos une e faz entender;
que não é preciso razões nem consenso de opiniões;
para uma amizade florescer.


Rebeca Luíza Neves França*


-------------------------------------

*Rebeca é nosso chaveirinho, nosso 'baby'; mas como saem coisas lindas dessa cabecinha privilegiada!

Beca, você conseguiu nos traduzir como, acredito, nenhuma do nós conseguiria... o que me mostra que sua capacidade de enxergar as pessoas é apurada, profunda e extremamente fiel. Você nos surpreende... e como isso é bom!

Guardem! Ela ainda vai dominar o mundoooo! hehehe!

-------------------------------------

Aproveito e deixo beijo pras outras "bruacas" da minha vida (a gangue, objeto do penúltimo post): Aline, Jéssica, Lícia e Marianna.
Já somos mais que uma gangue... somos uma QUADRILHA!! Hahaha!

AMO VOCÊS!

Take it slowly


Não: devagar. Devagar, porque não sei
Onde quero ir.
Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Há entre quem sou e estou
Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade.

Devagar...
Sim, devagar...
Quero pensar no que quer dizer
Este devagar...
Talvez o mundo exterior tenha pressa demais.
Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.
Talvez a impressão dos momentos seja muito próxima...

Talvez isso tudo...
Mas o que me preocupa é esta palavra devagar...
O que é que tem que ser devagar?
Se calhar é o universo...
A verdade manda Deus que se diga.
Mas ouviu alguém isso a Deus?

Álvaro de Campos*


*Heterônimo de Fernando Pessoa

quinta-feira, 17 de junho de 2010

À minha gangue

Que bom que eu tenho vocês,
pra estudar e pra fazer bagunça;
pra traduzir o mundo e
pra falar besteira;

pra compartilhar o jiló
e o chocolate;

pra ser feliz
e ser, sem medo,
do jeito que eu sou!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Perguntas que me desconsertam

Porque será que temos sempre uma percepção negativada das coisas?
O verdadeiro significado daquilo que é mais importante está na escassez?

O necessário só é reconhecido como tal quando nos assalta com sua ausência?

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Porque eu não consigo parar de cantar...

Aquilo bate, ilumina
Invade a retina, retém o olhar
Um lance que laça na hora, aqui e agora
Futuro não há
Aquilo, se pega de jeito,
Te dá um sacode, pra lá de além
O mundo muda, estremece
O caos acontece
Não poupa ninguém

Avassalador
Chega sem avisar
Toma de assalto, atropela
Vela de incendiar

Arrebatador
Vem de qualquer lugar
Chega, nem pede licença
Avança sem ponderar


Aquilo que dá no coração, Lenine.

sábado, 5 de junho de 2010

Bilhete de desculpas

Perdoe minha aspereza no trato;
é fato que posso ser truculenta,
mas ainda é possível enxergar no fundo
algum tipo de gesto amável.

Desculpe a sequidão do meu jeito;
ninguém é perfeito, eu então!
Mas se não te ignoro é porque te amo,
é porque me importo!
Mesmo de um jeito torto...

Sei que eu poderia ser melhor;
mas, o que fazer se isso é processo
de uma vida inteira?