Eu aqui, dentro de mim,
sou tantas outras,
sou tão sem fim...
Distante e evasiva,
o olhar perdido da menina
no quadro de Renoir.
Uma cortina, uma neblina
cobrem meu gesto,
meu jeito,
desajeitado caminhar.
Tento compor o meu retrato,
um relatório abstrato
que boa rima não tem...
Mas se assim o aceito,
por vê-lo belo e imperfeito,
me reconheço também.
*Imagem: Auto-Retrato, de Tarsila do Amaral [1918]
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