sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Construção Melancólica

NÃO NECESSARIAMENTE AUTOBIOGRÁFICO;
NÃO NECESSARIAMENTE ROMÂNTICO.


De frente pro mar, penso em você;
imagino por onde andam teus passos distantes,
tua doce indisciplina.
Mentalmente, construo a lista de teus
novos amigos: os tipos mais particulares;
todos compartilhando do teu segredo
e da tua inquebrável esperança.
Imagino tua nova casa, o abrigo das tuas noites;
teus sonhos já repousam em novo travesseiro.
Perdoe-me, mas ainda pulo a parte
em que pensaria em teus novos objetos de amor.
Eles existem? Não na minha construção;
essa é uma linha em branco.
Passo, então, para a imagem virtual do teu sorriso,
paz de criança;
teu olhar cheio de dúvidas, mas sempre
em busca da verdade.
Já faz tempo. E mais tempo vai passando. Sinto isso no espelho.
Não haverá volta, estou certa disso;
mas, o abandono das memórias não é solução.
É bom desejar luz pro teu novo caminho,
te pensar feliz;
te mantenho respirando (apenas em mim?);
é certo que te guardo em paz.


*****


"Socavas el horizonte con tu ausencia.
Eternamente en fuga como la ola."
Pablo Neruda

2 comentários:

Daniel Savio disse...

Quando a relação finda, temos apenas um monte de saudades apra nos acompanhar, mesmo que não queiremos isto...

Fique com Deus, menina Nayara Maia.
Um abraço.

Thamyres Dias disse...

Nayara é sempre surpresas boas... não podia ser diferente na poesia... Adorei esse seu espaço! Volto sempre! Saudades, amiga!

Beijos!